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Cine Itapuã, no Gama, será revitalizado

A licitação, prevista para 2017, tem como objetivo promover e estruturar a produção cultural da cidade

Da Redação da Revista Encontro do Correio Brazilense – 26/09/2016 10:00Atualização:26/09/2016 10:20

Licitação para a revitalização do Centro Cultural Itapuã, no Gama, deve acontecer em 2017, segundo a Administração Regional da cidade

Fechado desde 2005, o Cine Itapuã, no Gama, aguarda licitação para ser revitalizado. O antigo cinema, que já foi o segundo maior do Distrito Federal, tem capacidade  para 500 pessoas e recebia apresentações teatrais e shows nos anos 80. Fundado em 1961, o cinema era referência na cidade de quase 150 mil habitantes, e que não possui outro espaço cinematográfico. Após o fechamento do Cine, aconteceram diversas tentativas de revitalização do local que, atualmente, está com a estrutura, vidraças e cadeiras danificadas. “O Cine Itapuã foi o espaço mais importante do Gama e um dos mais simbólicos do DF. Os grandes filmes da época passavam aqui”, conta a administradora regional, Maria Antônia Rodrigues. Com a promessa de reabertura, o edifício passou a se chamar Centro Cultural Itapuã.
 
Segundo o diretor de desenvolvimento e gestão do território da região administrativa, Roque Lane Fonseca, um projeto de reforma está sendo finalizado e a licitação está prevista para começar no início de 2017. A ideia é que o novo centro cultural atenda um público maior, não só dedicado ao cinema. “Vamos contemplar também o pessoal das artes plásticas, do teatro, da dança e da música”, explica o diretor. Para os gestores, a revitalização do cinema torna a cultura mais democrática. “O que nos motiva a lutar, para que o Cine volte a funcionar o mais rápido possível, é ver que a nossa cidade atrai cultura de vários estilos”, enfatiza Maria Antônia. 
 
 
 
“A cidade respira cultura. Aqui existem diversos movimentos culturais que necessitam de um espaço para divulgar sua arte”, destaca a Administradora Regional do Gama, Maria Antônia
 
A administradora destaca ainda que, devido uma população flutuante – vinda de regiões como Santa Maria, Novo Gama (GO), Valparaíso (GO) e Cidade Ocidental (GO), por exemplo – o movimento artístico tende a crescer. “Um dos nossos objetivos é atrair para cá também o pessoal de cidades próximas que queiram usar o espaço para manifestações artísticas e que venham ver as produções”, completa. 
 
 
 
 
“Vamos contemplar também o pessoal das artes plásticas, do teatro, da dança e da música”, explica o diretor de desenvolvimento e gestão do território da Administração Regional do Gama, Roque Lane Fonseca (esq), ao lado da administradora Maria Antônia
 
O professor de audiovisual da faculdade Estácio, Thiago Maroca, comenta que o lugar é uma oportunidade para movimentar a cultura local e abordar temas relacionados com a comunidade. “O Gama tem muitos artistas que dificilmente sobrevivem na cidade. Com a falta de locais para a exibição dos trabalhos, os artistas acabam indo realizar os projetos no Plano Piloto”, destaca. Thiago acredita que a reativação do Centro Cultural ajuda a fomentar as produções locais. “Nós temos uma característica de uma cidade que produz muita coisa cultural, mas com poucos espaços. O Gama é um local que tem uma identidade própria e com vários grupos na cidade”, afirma. 

Além disso, Thiago vê com bons olhos o crescimento do audiovisual na capital federal. “A cidade tem ótimos cineastas que fizeram bons filmes. Eles utilizaram Brasília como plano de fundo para as produções. Mas é preciso explorar e levar isso para as regiões administrativas, que ainda necessitam desse tipo de conteúdo”, lembra. 

 
 
 
 
“Qualquer tipo de evento que promova os produtos da cidade é válida”, conta o professor de audiovisual da Faculdade Estácio, Thiago Maroca

O professor explica que realizar oficinas em conjunto com as escolas pode ser o diferencial para a manter o Cine em funcionamento: “Imagine o valor simbólico para um garoto, que vê um filme que ele fez passar em uma tela gigante, vai deixá-lo radiante. Ocupar o espaço com algo que você mesmo produziu te faz sentir uma pessoa valorizada”, exalta Thiago. 

O professor diz ainda que mesmo que seja um cinema, o lugar não precisa ser necessariamente usado só para esse fim. “Qualquer tipo de evento que promova os produtos da cidade é válida, pois nós temos condições e mão de obra para isso”, explica. 

 
 
 
 
Projeto para a revitalização do Centro Cultural Itapuã, no Gama, ficará pronto no final do semestre

Reforma
Para a realização da reforma, a Administração Regional do Gama teve que desmembrar  o projeto do complexo cultural, que envolve também a praça Lorival Bandeira. As obras serão executadas em etapas, com a entrega da praça e depois do Centro Cultural Itapuã. “Foi necessário esse desmembramento para poder agilizar a revitalização do complexo. Sem isso, não seria viável fazer esse projeto com o orçamento anual que disponibilizamos”, conta Maria Antônia. “A Novacap vai fazer a parte de execução. Com a ajuda deles será possível realizar essa obra, que há muito tempo era solicitada pela população”, conclui Roque Lane. 

Casa de Cultura do Gama
A administração regional do Gama também já está trabalhando em um projeto para criar a Casa de Cultura e fomentar a produção cultural na cidade. O ambiente irá abrigar várias atividades artísticas como: exposições, peças teatrais, espetáculos de dança, exibição de trabalhos audiovisuais, entre outros. A sede será em um espaço de 2.400 metros, no Setor Central. “Estamos fazendo um levantamento para que possamos realizar a abertura do edital ainda em 2017. O local será necessário para reunir os diversos grupos existentes na cidade e difundir os eventos que já existem aqui”, informa Maria Antônia.

 

 

Administração Regional do Gama já trabalha com o projeto para criação da Casa de Cultura da região

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