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Bitcoin: a moeda digital que revolucionou o mundo

Quando Satoshi Nakamoto anunciou o Bitcoin, há exatamente dez anos, provavelmente não tinha ainda ideia do tamanho da revolução que iria provocar. Na verdade, ele nem mesmo tinha a intenção de criar uma nova moeda. Sua proposta era desenvolver um método de pagamento descentralizado, sem um controle central, de forma que o “dinheiro” passasse diretamente de uma mão a outra — o que chamam hoje de sistema “Peer-to-Peer”.

Dez anos depois, o Bitcoin já alcançou cotações recordes — chegou ao pico de 20 mil dólares em dezembro de 2017 —, é aceito em mais de 14 mil estabelecimentos e inspirou a criação de dezenas de outras altcoins, cada uma delas com novas características e funcionalidades.

O co-fundador do PayPal, Peter Thiel, disse que o Bitcoin foi o primeiro dinheiro digital que tinha o potencial de fazer algo tão importante como “mudar o mundo”. E mudou mesmo: ainda que algumas criptomoedas desapareçam com o tempo e que o próprio Bitcoin esteja em baixa nos últimos meses, a tecnologia blockchain chegou para ficar.

Mas o que uma coisa tem a ver com a outra? Leia nosso texto até o fim, entenda o que é o Bitcoin, como funciona a tecnologia blockchain e porque tudo isso vem revolucionando o mundo.

A relação entre Bitcoin e blockchain

Fonte: Código Blockchain, por Methodshop, via Flickr (CC by SA 2.0)

O Bitcoin, e todas as demais criptomoedas, são registros realizados em bancos de dados descentralizados e consensuais, protegidos por uma criptografia extremamente rigorosa, baseada em algoritmos matemáticos.

A tecnologia por trás de todo esse sistema é a chamada cadeia de blocos — ou blockchain — a rede onde são armazenados os dados. Essa rede é compartilhada entre todos os computadores que participam do sistema e é o que tem tornado o processamento de pagamentos cada vez mais eficiente e barato. Tanto que diversos bancos e outras instituições financeiras já utilizam a tecnologia blockchain para a realização de transferências internacionais com mais segurança e agilidade, por exemplo.

Outro uso importante nas empresas é na validação de contratos inteligentes. O sistema blockchain consegue identificar quando o contrato satisfaz os requisitos necessários e pode ser utilizado para substituir corretores e advogados, barateando e agilizando o processo.

Muito além das criptomoedas

Apesar de ter nascido com o Bitcoin, a tecnologia blockchain expandiu seus horizontes e hoje é utilizada pelos mais diversos setores, incluindo entretenimento, varejo, saúde, seguros, aluguel de automóveis e programas de fidelidade, entre outros.

As indústrias alimentícia e farmacêutica adotaram a tecnologia para rastrear a procedência de todos os seus insumos, fazendo prova de procedência e combatendo a pirataria e falsificações.

Foto/Reprodução. Fonte: Pixabay

A empresa de tecnologia Serpro lançou no início deste ano um sistema baseado em blockchain para regularizar o registro de terras no Brasil. É uma tentativa de ampliar os controles, reduzir fraudes e a violência que existe no setor.

Outro uso interessante é na comprovação de identidade. Já imaginou se em vez de CPF, RG, CNH e título de eleitor você tivesse somente uma chave critptográfica e um hash com o local de armazenamento de seus dados na blockchain? E sempre que precisasse comprovar sua identidade ou reconhecer sua assinatura pudesse fazer isso por meio de um aplicativo? Com certeza facilitaria muito a nossa vida!

Como podem ver, a tecnologia blockchain vem mexendo com a imaginação das pessoas, que a todo momento encontram uma nova utilização para essa rede de blocos que surgiu com a criação do Bitcoin, há dez anos. Até que não faz tanto tempo assim, não acha?

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Israel Carvalho

Israel Carvalho é jornalista nº. DRT 10370/DF e editor chefe do portal Gama Cidadão.

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