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Governo promete implementar pesquisa cientifica no ensino médio

Em contrapartida, foi anunciado corte de verbas para as bolsas CNPq

Um novo corte se aproxima do orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e a previsão é de que alunos e pesquisadores só possam estudar com o auxílio até o mês de setembro. Com isso, uma das maiores iniciativas de pesquisa cientifica e tecnológica do país, as bolsas CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) poderão estar com os dias e meses contados. Entretanto, para 2021, o governo federal pretende inserir no currículo do ensino médio a formação voltada para investigação cientifica e processos criativos.

A notícia do corte de verbas para iniciação cientifica já vem sendo repercutida pelas principais entidades científicas do país. O CNPq fornece, aproximadamente, 80 mil bolsas, bancando 11 mil projetos. São oferecidas diversas modalidades de bolsas no país e também para o exterior para graduação com Iniciação Cientifica, Pós-Graduação com Mestrado, Doutorado. Já em 2021, o novo ensino médio, terá em sua grande curricular a formação para investigação científica e processos criativos.

“Acredito que a extinção das bolsas do CNPq vai ser uma grande perda para a educação do Brasil. O essencial seria investir na iniciação científica desde cedo, para que as crianças começassem a ter acesso à ciência a partir da Educação Infantil ou do Ensino Fundamental 1. No Ensino Médio, com um cabedal de informações e responsabilidades, a ciência já vai estar entrado tarde na vida dos alunos”, avalia a pesquisadora e neuroeducadora Ana Cruz, que é coordenadora do Centro de Investigações e Estudos Neofilosófico de Ciências Avançadas (Projeto C.I.E.N.CI.A) da Ananda – Escola e Centro de Estudos.

A metodologia que a educadora defende já é praticada há 18 anos na Ananda – Escola e Centro de Estudos, que funciona em Salvador (BA). Através do Projeto C.I.E.N.CI.A., a instituição desenvolve alfabetização científica em todas as etapas do ensino básico, com o projeto aberto para crianças a partir de cinco anos, momento em que principia o processo de construção da escrita. 

Para o estudante, Lair Torres, de 14 anos, o projeto é um canal de descobertas, onde ele pode desenvolver o que tem curiosidade e interesse em estudar. “Já realizei pesquisas sobre biologia marinha, conscientização ambiental, sobre os mares e a poluição que afeta, não só os animais, como também os seres humanos, no próprio meio em que vivem”, conta o estudante do 1º ano do ensino médio, que iniciou no projeto aos 5 anos. Já pensando no futuro, o jovem cientista busca fazer a diferença em sua comunidade, estado e país. “Eu quero trabalhar com algo que seja bom para mim, que eu goste de fazer e que também ajude a sociedade”, planeja Lair Torres.

Projeto ciência Escola Ananda. Foto/Divulgação

 Agência Educa Mais Brasil

 

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Israel Carvalho

Israel Carvalho é jornalista nº. DRT 10370/DF e editor chefe do portal Gama Cidadão.

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