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Licitações forjadas em administrações do DF movimentaram R$ 55 milhões, diz polícia

Operação 'Monopólio' apurou que empresas dos mesmos empresários participavam juntas das mesmas licitações. Três servidores públicos são suspeitos de integrar esquema.

Polícia Civil do Distrito Federal começou nesta quinta-feira (26) uma operação para extinguir um esquema de fraudes em licitações dentro de administrações regionais. Os crimes teriam ocorrido em contratos que, somados, chegam a R$ 55 milhões. Entre os alvos da operação “Monopólio”, há três servidores públicos.

São cumpridos 24 mandados de busca e apreensão e 18 de prisão temporária (por cinco dias), contra os servidores, mas também empresários e laranjas deles. Até as 6h45, 17 alvos já tinham sido presos. O G1 tenta contato com as defesas.

Os mandados são cumpridos nas administrações regionais de Águas Claras, do Gama, nas casas dos investigados, no DF e em Goiás. Um dos presos é o ex-administrador de Taguatinga Márcio Guimarães, que foi alvo de outra operação sobre fraude em licitações, e o filho dele Márcio Guimarães Júnior. Seis carros de luxo foram apreendidos.

Carro de luxo apreendido pela polícia (Foto: Reprodução/TV Globo)

As investigações começaram em 2014, a partir de uma denúncia anônima. Elas apontam que os empresários usavam um grupo de empresas registradas em nome dos laranjas (em geral, funcionários ou parentes deles) para fraudar as licitações.

De acordo com a polícia, o esquema ocorria em licitações do tipo “convite”, em que pelo menos três empresas são convidadas para disputar a realização de uma obra com valor menor que R$ 150 mil. Com isso, não é necessário “divulgar” a licitação.

“Ficou demonstrado que empresas eram registradas em nome de laranjas apenas para participarem da concorrência e dar ar de legalidade ao certame, porém todas empresas eram na verdade vinculadas a associação criminosa”, informou a polícia.

Durante o pente-fino, foram analisadas 259 licitações ganhadas pelas empresas investigadas, desde 2011. Em 128 delas, ou seja, quase metade, duas ou mais empresas do grupo concorreram entre si.

Carro da polícia deixa Coordenação de Combate ao Crime Organizado (Foto: Reprodução/TV Globo)

Os investigados foram indiciados por fraude em licitação, organização criminosa (com aumento de pena por envolverem servidores públicos), lavagem de dinheiro, corrupção ativa e corrupção passiva. As penas podem chegar até 30 anos de prisão.

Por Mara Puljiz e Gabriel Luiz
TV Globo e G1 DF – 26/07/2018 06h31

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Israel Carvalho

Israel Carvalho é jornalista nº. DRT 10370/DF e editor chefe do portal Gama Cidadão.

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