Entrevista

À Queima-roupa: Jaime Recena – Secretário adjunto de Turismo e Lazer

Eixo capital

POR ANA MARIA CAMPOS – CORREIO BRAZILIENSE – 12/06/2016 – 10:24:19

 

É difícil convencer turistas a virem a Brasília com tantos espaços culturais fechados, como o Teatro Nacional?

Não é o ideal, mas o nosso maior desafio é mostrar a cidade que vai além da Esplanada dos Ministérios e do Congresso Nacional. Brasília tem muitas outras qualidades capazes de atrair turistas. Existe o lado arquitetônico, é Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, temos o maior parque urbano da América Latina, somos o terceiro polo gastronômico do país. Temos o dever de resgatar a história de nossa cidade por meio de nossos monumentos. Mas temos também o compromisso de mostrar as outras características de Brasília que encantam os turistas, como o turismo rural, o cenário cultural dos grandes shows e a inconfundível e completa harmonia da cidade com a natureza.

Com uma crise econômica nacional que reduz os investimentos públicos, qual a saída para incrementar o turismo?

A saída para driblar a crise e incrementar o turismo é a criatividade e, claro, a união do Poder Público com a iniciativa privada. São duas formas que, juntas, tornam mais viável caminhos de se injetar recursos na economia e ainda encontrar a saída para a crise nacional.

Você esteve em Barcelona, representando o GDF, na tentativa de trazer para Brasília um festival internacional de música, o Primavera Sound. Qual o resultado disso?

É um dos maiores eventos de música da Europa, já consolidado desde 2001 e que possui grande respeito no exterior. Fiz questão de ir, pagar minha passagem, porque o festival foge do tradicional e não se restringe às apresentações de bandas, mas investe em uma estrutura paralela grandiosa para conferências, além de encontros para troca de experiências entre músicos e profissionais da área do mundo todo. Agora, aguardamos os produtores do evento aqui em Brasília em setembro para apresentarmos a estrutura de nossa capital, que se alia à grande vocação artística e cultural de nossa capital.

Interditar o Mané Garrincha vai impedir que torcedores violentos se enfrentem nos estádios?

Claro que não. A interdição do Mané Garrincha não vai coibir essa violência, que infelizmente acaba tirando o brilho dos grandes jogos de futebol. São casos isolados e provocados por um grupo pequeno, que já sai de casa com esse fim. A medida correta é punir de forma exemplar esses integrantes de torcidas organizadas, que, na verdade, são muito mais vândalos e criminosos do que torcedores. E eu estou empenhado em identificá-los.

Na sua avaliação, qual deve ser a destinação do Mané Garrincha na 

parceria que o GDF pretende fazer com a iniciativa privada?

 O Mané Garrincha reúne todas as condições de se tornar o grande centro de entretenimento da América Latina. Brasília está localizada geograficamente na posição central do continente e possui um dos aeroportos mais modernos e eficientes do Brasil. Além disso, está muito próximo do setor hoteleiro da cidade.

Ali poderiam ser criados salas de cinema de última geração, teatros, centro de convenções e claro, uma área gourmet com o melhor da gastronomia. Acreditamos que a parceria com a iniciativa privada poderia desenvolver essas atividades, além de viabilizar outras iniciativas.

Há negociação para a apresentação de algum grande show em Brasília?

Estamos negociando duas grandes possibilidades para shows internacionais em Brasília, mas por questões contratuais ainda não podemos antecipar. A primeira e maior atração deve ser definida agora nesta semana. Confirmadas essas apresentações, será mais uma oportunidade de promoção positiva da imagem de Brasília.

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