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Perdão, Honestino

Comissão de Anistia vai pedir desculpas públicas à família de Honestino

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Gesto simbólico se estende a todos os que sofreram perseguições nos anos de chumbo

O momento é significativo e providencial: no aniversário de um ano da morte de Maria Rosa Leite Monteiro, mãe de Honestino Guimarães, e a menos de um mês dos 40 anos do desaparecimento do universitário, ele será anistiado, post mortem, pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. O gesto é simbólico, porém não menos crucial. O perdão político surge como um pedido de desculpas públicas à família do estudante goiano “pela perseguição que ele sofreu em vida e posteriormente pela responsabilidade do Estado no seu desaparecimento”, conforme declarou o secretário nacional de Justiça e presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão.

O gesto será um dos mais importantes da história da Comissão, avaliou Abrão, por tudo o que o ex-presidente da União Nacional dos Estudantes representa para a memória da militância estudantil brasileira nos anos de chumbo. Desse modo, o pedido de desculpa se estenderá, nas palavras do secretário nacional de Justiça, “a todos os estudantes que foram impedidos de realizar seus projetos de vida durante a ditadura militar”.

A reparação oficial vem atender uma solicitação formal da família de Honestino à Comissão. A concessão da anistia, no entanto, é apenas uma etapa do processo. “É importante, não tem como deixar de ser, pelo direito à memória, verdade e justiça. Mas temos outros passos a dar”, afirmou Mateus Guimarães. O perdão, ressalta o sobrinho de Honestino, não pode se resumir a reparar erros passados, mas, principalmente, deve assegurar que crimes cometidos pelo Estado sejam punidos. A questão, alerta Mateus, não tem apenas importância histórica. É atual: “Nas manifestações dos últimos meses, a polícia tem mantido a lógica da opressão e da repressão, claros resquícios da ditadura”.

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Fonte: Correio Braziliense – Publicação: 14/09/2013 07:30 Atualização:

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