
“O livro abre a nossa mente, a nossa visão, e melhora a nossa fala.” A frase pode soar como o pensamento de alguém com bastante experiência de vida. No entanto, é a mensagem que uma criança de apenas 6 anos gostaria de deixar como legado. Ryan Maia é um escritor precoce, apaixonado pela leitura. O encanto é tão grande que, em maio, dois anos depois que começou a ler, ele publicou a primeira obra literária. O trabalho Uma heroína e um herói, de 28 páginas, narra uma história de combate do bem contra o mal e traz imagens dos manuscritos dele. O diferencial de Ryan está no fato de ser alguém que nasceu com altas habilidades, ou superdotação.
Ele tem facilidade para lidar com números, se comunicar, e conta com uma excelente memória. A preocupação com os demais também é digna de elogios e motivou a escrita do livro. “Eu queria ajudar minha mãe no trabalho, ela estava ganhando pouco dinheiro. Sem contar que gosto de heróis e também gosto muito de livros. Por isso, acabei fazendo um”, explica. Ryan pensa em dar continuidade ao primeiro capítulo, estrelado pelos personagens da Liga da Tecnologia. A produção está prevista para depois do aniversário de 7 anos dele, em agosto.
Uma das inspirações para o gosto pela linguagem escrita é o cartunista Mauricio de Sousa. O pequeno gênio, como é conhecido, conta que adora os livros e histórias em quadrinhos do desenhista. Fora do campo das palavras, Ryan transita entre outras áreas: do xadrez e da robótica aos desafios matemáticos. Questionado sobre o interesse por números, ele responde prontamente: “Eu não gosto, eu amo. Sei calcular coisas de cabeça e pelos dedos”. As operações com que tem mais facilidade são adição, subtração e multiplicação. O fio condutor que guia todas essas habilidades é a curiosidade. Ele não deixa escapar um detalhe e, a partir disso, puxa uma conversa atrás de outra. Atento e aberto ao aprendizado, o garoto assimila as novidades e guarda quase tudo com simplicidade.
O pequeno também demonstra interesse por assuntos complexos. Robótica e língua portuguesa estão entre as disciplinas favoritas. “A robótica pode ser necessária caso eu queira ser construtor. Eu saberia construir qualquer coisa por causa dessa matéria”, conta. Mesmo assim, Ryan não quer construir coisas quando crescer. Ele pretende se tornar policial ou médico. “O policial salva o mundo, tipo um herói. E médicos curam as pessoas quando estão feridas.”
Apesar de precoce e de despertar expectativa nos parentes e amigos, Ryan leva a vida de uma criança comum. Brinca de correr, pique-esconde, super-heróis e adora jogar basquete. “Só não gosto daquelas brincadeiras de luta. São muito arriscadas.” Alguns amigos, inclusive, compraram o livro. Eles elogiam a obra e consideram Ryan um ótimo colega. Na escola, recebeu até o apelido de “flash”, devido à velocidade com que faz as tarefas.
“Ryan fala maravilhas. Expressa-se muito bem e tem um vocabulário bastante avançado para a idade. É uma criança que avança em mais de uma área do conhecimento”, completa. O pai, Márcio Alan Maia, 46 anos, não esconde o orgulho do caçula do casal de filhos. “Esse menino é excelente. Conquista todo mundo. É carinhoso, sociável e tem grande vontade de ajudar os demais. Não tenho nada de negativo para falar dele.”
Altas habilidades
Para saber mais
Editora: Os Semeadores
28 páginas
R$ 25Jéssica Eufrásio – Especial para o Correio
Bruna Lima – Especial para o Correio