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Projeto Mães Produtivas ajuda mulheres com filhos com doenças raras a cursar o ensino superior

Bolsas de estudo que ajudam a driblar a falta de oportunidade podem ser pleiteadas até 10 de maio

Cerca de quatros anos atrás, Eulina Silva Farias, 38 anos, recebeu a notícia de que o filho que gestava nasceria com a Síndrome Congênita do Zika Vírus, o que a fez ter receio quanto ao futuro do filho e ao seu, tendo em vista que teria pela frente muita luta e abdicação. “Descobrir o diagnóstico foi terrível e desesperador. Ainda hoje é tudo muito difícil porque, apesar de o pai dele conviver comigo, não me ajuda nas atividades. Sou sozinha para praticamente tudo. É como se eu tivesse perdido a minha identidade”, relembra.

Hoje, com apenas três anos, o pequeno Deividy depende da mãe nas sessões de fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia no Centro de Prevenção e Reabilitação da Pessoa com Deficiência (Cepred); nas consultas com neuropediatras, pediatra, oftalmologista e nutricionista, no Hospital Geral Roberto Santos; além das sessões de fisioterapia e hidroterapia na Organização não-Governamental (ONG) aBRAÇO a Microcefalia.

Dedicando-se exclusivamente aos cuidados do filho, Eulina não deixa de sonhar em cuidar também de si. Ela deseja montar o próprio negócio para dar uma vida melhor à família e sabe que, para isso, dar continuidade aos estudos é fundamental na própria trajetória. “Acredito que o ensino superior é importante pra que eu possa me capacitar, ingressar novamente no mercado de trabalho e ser útil à sociedade. Penso em ser uma microempreendedora e a graduação em Logística vai me ajudar a gerir o negócio, ou até mesmo conseguir emprego, e ter como dar uma qualidade de vida melhor ao meu filho”, afirma.


Mães Produtivas

O que Eulina não imaginava era que o empurrão para dar seguimento ao seu sonho viria de um aplicativo de mensagens espontâneas. Foi assim que conheceu o projeto Mães Produtivas, que oferta bolsas de estudo integrais específicas para mulheres que têm crianças com síndromes e doenças raras. O Mães Produtivas foi idealizado pela ONG Alianças de Mães e Famílias Raras (AMAR) e o grupo Ser Educacional/UNINASSAU, em 2016, em Pernambuco, devido à grande incidência de casos de Microcefalia. A iniciativa, no entanto, foi ampliada para contemplar casos de crianças com outras condições.

Em 2019, estão sendo ofertadas 250 bolsas de estudo gratuitas em graduações e pós-graduações na modalidade Educação a Distância (EAD). “A ação foi criada para levar a qualificação profissional para essas mães, que não podem fazer aulas presenciais, pois são cuidadoras dos filhos. Mais de 70% das mães foram abandonadas pelos companheiros, muitas estão desempregadas e em processo de depressão”, ressalta o presidente do grupo Ser Educacional, Jânyo Diniz. As inscrições estarão abertas até 10 de maio. As candidatas devem buscar informações por meio do telefone 4020-9734 (ligação local) e, em seguida, entrar em contato com o Núcleo de Atendimento ao Educando (NAE) da unidade de ensino para agendar o atendimento presencial.

As oportunidades estão disponíveis nas seguintes instituições: a Universidade UNIVERITAS/UNG, em Guarulhos; a Universidade da Amazônia (UNAMA), em Belém; os Centro Universitários Maurício de Nassau – UNINASSAU em Recife, Salvador e Maceió; o Centro Universitário Universus Veritas (UNIVERITAS), no Rio de Janeiro; as Faculdades UNAMA em Boa Vista, Porto Velho e Rio Branco; as Faculdades UNINASSAU em Fortaleza, Natal, João Pessoa, Manaus, São Luís, Teresina e Aracaju; e as Faculdades UNIVERITAS em Belo Horizonte, Anápolis, Cuiabá e Palmas.

Projeto Mães Produtivas ajuda mulheres com filhos com doenças raras a cursar o ensino superior. Foto/Personagem

Agência Educa Mais Brasil

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Israel Carvalho

Israel Carvalho é jornalista nº. DRT 10370/DF e editor chefe do portal Gama Cidadão.

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