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No próximo sábado dia (10), o programa Revista Brasil da Rádio Nacional, trás um tema especial “Saúde Mental”.

O programa será um tributo a Nise da Silveira e terá como participante o psiquiatra Dr. Ricardo de Albuquerque Lins, diretor do Instituto de Saúde Mental – ISM da Secretária de Saúde do Distrito Federal, opinando sobre o tema. Nise concedeu última entrevista à jornalista Lucia Leão da editora Bric-a-brac, dando sua opinião sobre saúde mental vai abrir a entrevia que teve a honra a psiquiatra em sua ultima entrevista concedida a revista Bric-a-brac.

Convidados confirmados: O jornalista e escritor presidente do sindicato dos escritores, Marcos Linhares; poeta e jornalista, Menezes Y Morais; e o jornalista e poeta em lançamento, Rômulo Neves, também jornalista e diplomata. Além de vários poetas e músicos que enaltecerão o encontro.

Programa Revista Brasil
apresentação: Valter Lima – Rádio Nacional AM (980 Khz). Sob coordenação e apresentação de José Garcia Caianno e Luís Felipe Vitelli.
Cobertura do portal de notícias Gama Cidadão.

Nise da Silveira

Nise da Silveira, nascida em 15 de fevereiro de 1905, foi psiquiatra alagoana que revolucionou os métodos tradicionais de tratamento com pacientes psiquiátricos. Propunha cuidado humanizado, tendo a arte como meio de reabilitar os doentes.

O filme “Nise — o coração da loucura” (baseado no livro Nise — Arqueologia dos mares, do jornalista Bernardo Horta) traz para o cinema vida e obra dessa médica que se formou aos 21 anos, em 1926, pela Universidade Federal da Bahia. Ela foi a única mulher integrante de uma turma de 157 alunos. Desde cedo ela foi pioneira, tendo escrito na graduação o “Ensaio sobre a criminalidade da mulher no Brasil”.  Foi árdua defensora da loucura.

Nise, devido à sua postura revolucionária perante à psiquiatria, foi presa política de 1934 a 1936, durante o Estado Novo. Ela foi acusada de envolvimento com o comunismo. Dividiu cela com Olga Benário, militante comunista alemã casada com Luís Carlos Prestes. Na prisão, conheceu Graciliano Ramos que a cita no livro Memórias do Cárcere: “(…) Lamentei ver minha conterrânea fora do mundo, longe da profissão, do hospital, dos seus queridos loucos. Sabia-se culta e boa. Rachel de Queiroz me afirmara a grandeza moral daquela pessoinha tímida, sempre a esquivar-se, a reduzir-se, como a escusar-se a tomar espaço.”

Nise implementou, em 1944, a Terapia Ocupacional do Hospital Pedro II, antigo Centro Psiquiátrico Nacional no Rio de Janeiro. Nesse período introduziu as artes plásticas no tratamento de esquizofrênicos, o que possibilitou aos pacientes (ou clientes, como Nise os chamava) que se expressassem.

Em 1952, foi inaugurado o Museu de Imagens do Inconsciente, no Rio de Janeiro, com centenas de telas e trabalhos feitos pelos doentes psiquiátricos. Também introduziu gatos e cães nas rotinas dos psicóticos, promovendo uma efusiva afetividade como os bichinhos.

Nise, em 1956, fundou a Casa das Palmeiras, a primeira instituição a desenvolver um projeto de regime de externato dos manicômios no Brasil. Em 1957, é convidada por Carl Jung para estudar durante 1 ano com ele no Instituto Junquiano, na Suíça; além de expor o acervo daquele museu no II Congresso Internacional de Psiquiatria. Em 1958, Nise criou o Grupo de Estudos C. C. Jung, no Rio de Janeiro, que coordenou até falecer em 1999.

Nise escreveu vários artigos científicos e como médica brasileira participou como membro e fundadora da Societé Internationale de Psychopathologie de l’Expression, com sede em Paris, em 1960; e, em 1965, promoveu a publicação do primeiro número da evista Quaternio, editada pelo Grupo de Estudos de Jung.

Nise da Silveira recebeu vários prêmios, títulos e homenagens; e várias instituições no Brasil, Paris e Porto foram criadas a partir de seus trabalhos. Ela foi a roteirista do filme Imagens do Inconsciente, do cineasta Leon Hirszman, divulgando a humanização do tratamento psiquiátrico no país.

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