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Após 5 h, rodoviários suspendem paralisação por demissão no DF

Acordo com MP previa rescisões; Grupo Constantino diz não ter dinheiro. Categoria afirma que vai fazer novas greves para pressionar empresa.

Rodoviários participam de assembleia no DF pedindo cumprimento de acordo que previa demissão (Foto: Lucas Salomão/G1)
Rodoviários participam de assembleia no DF pedindo cumprimento de acordo que previa demissão (Foto: Lucas Salomão/G1)

Motoristas e cobradores decidiram em assembleia na manhã desta terça-feira (18) suspender a paralisação e circular com os 360 ônibus que não haviam saído dos terminais de Santa Maria e do Gama, no Distrito Federal. Segundo o Sindicato dos Rodoviários, os profissionais decidiram cruzar os braços para pressionar o Grupo Constantino a demiti-los. Assim, eles podem ser contratados pelas empresas que ganharam a licitação para rodar nas cinco bacias que compõem o novo sistema de transporte público do DF.

A ação afetou as linhas que saem de Santa Maria para o Plano Piloto e as do Gama que circulam na própria região, passam por Taguatinga ou vão para o Plano. O sindicato disse que 800 trabalhadores aderiram ao movimento.

A Secretaria de Transportes não soube informar o número de passageiros atingidos nem sobre quantos veículos vão deixar de rodar. A pasta também disse que não se posicionaria oficialmente a respeito.

Sem ônibus, passageiros lotam parada de ônibus em Santa Maria, no Distrito Federal (Foto: Radar Santa Maria/Reprodução)
Sem ônibus, passageiros lotam parada de ônibus
em Santa Maria, no Distrito Federal
(Foto: Radar Santa Maria/Reprodução)

O acordo feito com o Ministério Público era que as empresas que não vencessem a licitação para continuar na região em que já circulam demitissem os funcionários. Os rodoviários seriam, então, contratados pelas novas responsáveis pelo transporte. Responsável pelas empresas Planeta, Satélite e Cidade Brasília, o Grupo Constantino diz não ter dinheiro em caixa para dar baixa nas carteiras. Também afirmou não ter previsão para regularizar a situação.

De acordo com o sindicato, entre as razões para a reivindicação dos trabalhadores está o fato de a maioria dos rodoviários morarem em Taguatinga e em Ceilândia, ficando mais próxima ao local de trabalho.

Os rodoviários afirmaram que voltarão a fazer paralisações relâmpago ao longo da semana. Além disso, durante a reunião, cogitaram fazer uma grande greve caso a situação atual persista. A greve ocorreu entre 4h e 9h30 e deixou paradas de ônibus lotadas.

Morador de Santa Maria, Daniel Oliveira afirmou que os passageiros ficaram revoltados. “Pararam e não avisaram. A população está revoltada”, disse. “Está chovendo muito.”

A concorrência pelo transporte público do DF foi dividida em cinco bacias. Ao todo, 3 mil novos ônibus devem estar nas ruas até o final de fevereiro. A previsão do governo é que 700 veículos entre os 3.900 da frota atual permaneçam em operação.

R$ 120 milhões
Em 22 de outubro, os deputados distritais aprovaram em plenário o projeto de lei que permitiria ao GDF pagar as rescisões trabalhistas dos rodoviários dispensados pelas empresas que estão deixando o sistema de transporte público. O repasse total seria de R$ 120 milhões.

A iniciativa foi contestada pelo Ministério Público. O promotor de Justiça Antônio Suxberger afirmou que os deputados não poderiam criar despesa para o transporte público, o que é vedado pela Lei Orgânica do DF.

No dia 17 de dezembro, o Conselho Especial do Tribunal de Justiça acatou em caráter liminar a contestação do MP. Não há prazo para o julgamento do mérito.

Fonte: G1 DF

Israel Carvalho

Israel Carvalho é jornalista nº. DRT 10370/DF e editor chefe do portal Gama Cidadão.

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