A força da mulher no Governo de Brasília
A mulher tem se destacado nos últimos anos, mostrando que competência no trabalho, no cenário político e no comando de instituições públicas. Anteriormente tida como sexo frágil, à mulher tem se mostrado forte o bastante para encarar os desafios, as metas e objetivos.
A mulher tem grande colaboração nas influências humanas que se tenta propagar na atualidade. Hoje, em tempos de transformações rápidas, as mudanças tem sido imediatas. Então a presença das mulheres tem sido cada vez mais forte no cenário global.
As mulheres hoje estão conquistando cada vez mais espaços onde, antes, a predominância era basicamente masculina. Podemos ver mulheres em áreas onde antes pareciam ser exclusividade para homens. No cenário político não tem sido diferente. O avanço feminino frente à política mostra a força da mulher. Que vem se mostrando terem grande capacidade em perceber e apontar os problemas tendo sempre boas formas de resolvê-los. O avanço e a inovação é fator preponderante da mulher. A frente ela lidera, coordena, inova e executa.
Mesmo ainda sendo muito vistas, na sociedade, como a cuidadoras de casa e da família, as mulheres vem conseguindo superar suas dificuldades e ainda administrar seu tempo a favor de suas atividades. Tudo elaborado de forma que as questões familiares não entrem em conflito com questões profissionais e sociais.
Mesmo se mostrando dinâmicas e audaciosas, as mulheres ainda são alvo de grande discriminação por aqueles que ainda acreditam que lugar de mulher cuidado de casa e dos filhos. Por isso enfrentam o grande desafio de mostrar que, apesar de consideradas sexo frágil são muito fortes, em relação às adversidades da vida e seus enfrentamentos.
Politicamente a mulher vem enfrentando grandes guerras e desafios. A arte de fazer, realizar e acontecer. Segundo dados estatísticos as mulheres atualmente somam mais da metade da população brasileira. E do eleitorado também, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
De acordo com o IBGE, as mulheres passaram a somarem 51,4% da população. Elas estão ocupando cada vez mais espaço no mercado de trabalho e, atualmente, são responsáveis pelo sustento de 37,3% das famílias. Segundo o TSE, o maior número de eleitores tem entre 25 anos e 59 anos de idade para ambos os sexos. O maior grupo de mulheres está na faixa de 45 a 59 anos. Enquanto a maior quantidade de homens foi observada na faixa de 25 a 34.
Importante frisar que em 1997, a Lei das Eleições, passou a prever a reserva de vagas para a participação feminina nos cargos proporcionais – deputado federal, estadual e distrital e vereador.
Em 2009, com a sanção da Lei n° 12.034, a primeira minirreforma eleitoral, essa participação passou a ser obrigatória. O novo texto estipula que sejam preenchidas, e não apenas reservadas, as candidaturas com o mínimo de 30% e o máximo de 70% de cada sexo. Embora os desafios encontrados pelas mulheres tanto na política quanto na sociedade, podemos dizer elas vem conquistando seu espaço.
No GDF não tem sido diferente. Além das mulheres que estão na Câmara Legislativa, eleitas como deputadas distritais, temos as mulheres que vem atuando dentro do Governo, em órgãos, secretarias e entidades ligadas ao GDF.
Podemos então citar as principais mulheres no atual Governo do Distrito Federal. A começar pela primeira dama, Sra. Márcia Rollemberg, que já na época da campanha do seu esposo, e atual governador, Rodrigo Rollemberg, disse que não seria uma primeira dama decorativa.
Márcia Rollemberg, sempre demonstrou intenções de contribuir com o governo e compartilhar as experiências como gestora pública, principalmente na área social. Desde que Rodrigo Rollemberg assumiu o Palácio do Buriti, ela tem conciliado o trabalho como secretária executiva da Fundação João Mangabeira, entidade ligada ao PSB, à jornada de mãe e avó e a colaboração voluntária com as ações do governo.
Primeira-dama do Distrito Federal, Márcia Rollemberg
A mineira de Teófilo Otoni conta que os desafios vieram desde o primeiro dia. “Eu nunca estive nesse lugar de referência, em uma posição em função do outro. Sempre tive uma trajetória própria profissional”. A tarefa de ressignificar o papel de primeira dama começou com a destinação da Residência Oficial de Águas Claras. Morar lá não passou pelos planos dela. E foi aí que começaram as mudanças.
“Lidar com a Residência Oficial foi um dos desafios. O primeiro exercício foi ressignificar o espaço e, assim, acabei ressignificando o papel de primeira-dama. Então, me envolvi com a casa, abrimos para visitação e fizemos de lá um espaço de trabalho”, diz, lembrando que o local, agora, tem outra dinâmica. “Sempre prego a socialização dos espaços”, lembra.
Mas isso, ela ressalta, tem a ver com o perfil profissional dela, que já foi secretária da Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, diretora de Articulação e Fomento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e gestora de formação pública na área da saúde.
As intervenções de Márcia na gestão Rollemberg passam pelas áreas com as quais ela tem afinidade e formação: mulheres, diversidade, direitos humanos, crianças… “São áreas em que vi perspectivas de fazer um trabalho de interação e integração. Tento contribuir e compartilhar experiências com as pessoas que estão fazendo políticas públicas no DF”, observa ela, que tem um gabinete no Palácio do Buriti e alguns servidores para cuidar da agenda e dos compromissos institucionais.
A relação próxima com a sociedade civil organizada garante uma boa interlocução com o governo. “A cidade é uma criação coletiva e todos temos responsabilidade pelo comum, pela sociedade”, diz ela, que, embora tenha uma atividade protagonista, lembra que apenas colabora com a gestão do marido. “É um trabalho protagonista, porque acabo impulsionando capacidades. Mas a operação das atividades se dá institucionalmente. Eu não sou o governo. Eu estou participando, mas meu papel é de interlocução”, ressalta ela, que é formada em serviço social pela Universidade de Brasília (UnB), onde conheceu Rodrigo.
Outra mulher atuante no atual governo é a Márcia Alencar, que esteve a frente da Secretaria de Segurança Pública do DF. A Psicóloga foi a primeira mulher a assumir oficialmente o comando da pasta. Antes Márcia de Alencar ocupava a subsecretaria de Segurança Cidadã da pasta.
Psicóloga, bacharel em Direito, mestre em Sociologia, e com formação em Gestão Pública, foi consultora do Ministério da Justiça em Alternativas Penais e das Nações Unidas em Prevenção e Justiça Criminal em Moçambique. Integrou a coordenação executiva da Conferência Nacional de Segurança Pública com Cidadania, o Comitê Executivo do Pacto pela Vida de Pernambuco e atuou no Programa Nacional de Segurança com Cidadania (Pronasci). Foi ainda secretária executiva de Segurança Cidadã de Jaboatão dos Guararapes.
Agora Márcia de Alencar deixa o comando da pasta, que passa a ser de responsabilidade do delegado da Polícia Federal Edval de Oliveira Novaes Júnior. Mas ela permanece no Executivo e agora assume o posto de secretária-adjunta de Políticas para as Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos.
Mais uma mulher que tem estado firme e atuante no atual Governo é a Lúcia Bessa, subsecretária de Políticas para as Mulheres do Distrito Federal.
Lúcia Bessa é advogada, já trabalhou na empresa Bessa e Bessa Advocacia e hoje é quem comanda a subsecretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, no DF.
A pasta vem formulando e implementando políticas públicas de combate ao preconceito de gênero, à violência contra as mulheres, além de promover políticas públicas de inclusão.
Tem desenvolvido programas e projetos nas áreas de educação, saúde, segurança, juventude, empreendedorismo, autonomia econômica, entre outras, com o objetivo de promover os direitos das mulheres, a partir de cada segmento social, especialmente às vítimas do preconceito e da violência.
Promove ações transversais, com vistas ao combate das ameaças e violações de direitos e para garantir o respeito às mulheres e a igualdade entre os gêneros. O papel social da mulher e sua posição na sociedade brasileira ainda são permeados de contradições.
Um dos feitos da subsecretaria sob seu comando é o da Casa da Mulher que inaugurou o atendimento integrado. Concebida para funcionar como centro agregador de ações, a Casa da Mulher Brasileira tem levado esperança aos que lutam pelo fim da violência doméstica contra a mulher. O lugar revoluciona o atendimento por integrar, num mesmo espaço, diversos serviços especializados, como delegacia e juizado; Ministério Público; Defensoria Pública; apoio psicossocial; promoção da autonomia econômica; brinquedoteca para os filhos das vítimas; alojamento de passagem; e central de transporte. Esse modelo evita a peregrinação da mulher por várias repartições, roteiro capaz de ressuscitar a experiência psíquica do trauma.
Superar entraves administrativos foi o que fizeram a subsecretária de Políticas para as Mulheres do Distrito Federal, Lúcia Bessa, e a coordenadora da Casa de Brasília, Iara Lobo, ao discutirem com representantes do Programa Nacional de Ensino Técnico (Pronatec) formas de levar ao local, cursos destinados a capacitar vítimas e libertá-las do jugo econômico de seus companheiros.
Lúcia Bessa usa a palavra “sonho” para definir a Casa e conclama mais mulheres a procurarem atendimento ali. A casa fica muito próxima ao centro da capital, na Quadra 601.
Mais uma mulher que também está atuante no GDF é a Administradora de Sobradinho Jane Klébia do Nascimento Silva Reis.
Filha da cidade, sempre morou em Sobradinho. É Bacharel em Geografia e Direito, pós-graduada em Administração escolar e polícia judiciária. Atualmente, é delegada de carreira da polícia civil do DF.
É servidora pública do DF há 34 anos. Iniciou sua carreira no DF, atuando como Auxiliar de enfermagem do Hospital Regional de Sobradinho – HRS (1982/1989); Professora de geografia de nível fundamental e médio (1989/1999) lecionou no Centro de ensino Fercal e Centro de Ensino Fundamental 03; Agente de Policia Civil (1999/2006) e Delegada de Policia Civil desde 2006.
Exerceu cargos de chefia: na Companhia de Desenvolvimento do Planalto – CODEPLAN, como Chefe de Controladoria (2010), Fundação de Apoio à Pesquisa – FAP, na função de Chefe da Procuradoria (2014); Secretária de Estado da Criança Adolescente e Juventude do Distrito Federal (2015).
Têm na atividade pública prazer e sentimento da realização pessoal, pela possibilidade de colocar à disposição da comunidade os conhecimentos adquiridos ao longo de sua vida, acreditando que o papel da administração, dentre outros, seja o de promover a interação com os diversos órgãos e setores do governo de Brasília que promova melhorias e avanços para a cidade.
Outra mulher dentro do GDF que também está no comando de uma cidade é a Profa. Maria Antônia, Administradora do Gama.
Mineira de Unaí-MG, cidade que está 164km de Brasília, a Profa. Maria Antônia, hoje comanda a Administração Regional do Gama. É casada há 39 anos com seu esposo Armelindo Inácio de Magalhães. Mãe de dois filhos e três netos. É formada em pedagogia e Bacharel em Direito e Pós-graduada em docência universitária.
Exerceu o cargo de professora na secretária de educação do Distrito Federal, é diretoria Nacional do Sindicato Nacional dos Aposentados SINDINAPI, membro da executiva nacional da Força Sindical, em que foi indicada a participar de vários eventos alguns de nível internacional como o Fórum Social Mundial na Tunísia e Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 20) que aconteceu no ano de 2014 no Peru.
Maria Antônia é umas das fundadoras do partido Solidariedade e delegada no Distrito Federal. Ocupou diversos cargos nas esferas do Governo do Distrito Federal, entre eles o de Diretora da Regional de Ensino. Antes de Assumir o cargo era Presidente do Conselho de Segurança do Gama e Vice-Presidente dos Conselhos de Segurança do DF.
De musa das quadras para o comando da Secretaria de Esportes do DF
No comando da Secretária de Esportes está uma brasiliense de peso e nacionalmente conhecida. Leila Barros, também conhecida como Leila do Vôlei, de 43 anos, foi atleta olímpica e jogou na seleção brasileira de vôlei de 1988 a 2008. Foi medalhista de bronze nas Olimpíadas de Atlanta 1996 e Sydney 2000.
Coordenadora de projetos sociais, fundou no DF uma instituição voltada à inclusão social e ao desenvolvimento sócio educacional, que já atendeu mais de 50 mil jovens, crianças e adultos. Foi comentarista esportiva da TV Globo por três ciclos olímpicos.
Uma das pastas mais importantes do governo tem uma mulher no comando
A brasiliense Leany Lemos, de 44 anos, é a Secretaria de Planejamento e Orçamento do GDF. Uma pasta de extrema importância dentro do governo.
Leany Lemos é mestre em Ciência Política e Doutora em Estudos Comparativos das Américas pela Universidade de Brasília. Possui pós-doutorado em Ciência Política pelo programa Oxford-Princeton Global Leaders Fellow. Recebeu o Prêmio ALACIP de melhor tese de doutorado em Ciência Política da América Latina (biênio 2004-2005,) sobre controle horizontal em democracias presidencialistas. É servidora de carreira do Senado Federal desde 1993, e foi pesquisadora colaboradora plena do IPOL/UnB entre 2008-2013.
Ela foi à única mulher no comando do rito de passagem do Executivo no período de transição do Governo em 2014. Coube a ela analisar os currículos dos técnicos que iriam trabalhar no primeiro escalão do GDF. E sendo uma pessoa de extrema confiança do Governador, Leany Lemos comanda a Secretaria de Planejamento e Orçamento do GDF.
À frente do Instituto Brasília Ambiental (IBRAM) temos mais uma mulher no comando
Mato-grossense criada no Estado do Acre, Jane Maria Vilas Bôas é antropóloga, com pós-graduação em Antropologia Social pela UFRJ. Entre os anos de 1985 a 1986, desenvolveu trabalhos de Orçamento participativo na Prefeitura de Rio Branco. Atuou na Reforma Agrária de sua terra natal e participou dos debates para criação das referências técnicas das Reservas Extrativistas no Incra entre 1987 a 1989. Foi a primeira Superintendente do SESI/AC, de 1989 a 1994. De 1995 a 1998, foi Gerente de Desenvolvimento Empresarial no Sebrae/AC, atuando em Programas de Desenvolvimento Local com geração de Emprego e Renda. Entre 1999 a 2014 desempenhou funções de assessoria e coordenação junto à senadora da República Marina Silva.
Hoje está na presidência do IBRAM. O Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Distrito Federal foi criado em 28 de maio de 2007 por meio da Lei nº 3.984, para ser o órgão executor de políticas públicas ambientais e de recursos hídricos no Distrito Federal.
O instituto possui autonomia administrativa, financeira e patrimonial podendo, dessa forma, celebrar contratos, acordos e convênios com instituições públicas e privadas, nacionais e internacionais, e cooperativas. Foi constituído como uma autarquia vinculada à antiga Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Seduma), atual Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema). E tem como missão executar e fazer executar as políticas de meio ambiente e de recursos hídricos do Distrito Federal, bem como controlar e fiscalizar o manejo desses recursos a fim de propiciar o desenvolvimento sustentável do Distrito Federal de forma a garantir à população os benefícios alcançados pelo crescimento econômico, sem colocar em risco a qualidade de vida dos moradores da região.
Podemos ver, então, que as mulheres estão presentes não só na política como na esfera pública como um todo. O coeficiente de mulheres, principalmente na política ainda é baixo, mas este é um cenário que está em plena transformação. Para ter uma ideia, em termos quantitativos, basta analisar alguns dados apresentados pelo próprio governo onde pode se observar que a participação das mulheres na Câmara dos Deputados é de 9% e, no Senado, de 10% do total. Além disso, o número de governadoras de estado também ainda é muito pequeno. Só que como este é um cenário em constante transformação a tendência é que esses números aumentem. Logo devemos ter um coeficiente maior de mulheres atuantes não só na área pública como na política.
Da redação do Gama Cidadão.