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Dia do Perdão


Crédito: Monique Renne/CB/D.A Press

Você perdoaria alguém que lhe fez o maior mal do mundo?  É para que todos pensem sobre isso que a deputada Keiko Ota (PSB-SP) apresentou projeto de lei que institui o “Dia Nacional do Perdão”.

O texto foi aprovado ontem (19) por unanimidade, em caráter terminativo, pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados.  Seg ue agora para o Senado.

Keiko tem autoridade para tratar do assunto. Ela  conseguiu desculp ar os responsáveis pela morte do filho Ives, sequestrado, assassinado e enterrado debaixo do berço aos oito anos, na zona leste de São Paulo . O crime ocorreu em 1997 .

Não deixa de ser curioso agora, quando o Congresso vive a maior crise dos últimos tempos em consequência da Operação Lava-Jato.

Por que criar o dia do perdão?

Só quem passou por isso sabe como é a dor de perder um filho. A gente fica sem teto, sem chão. Eu exercitei o perdão e só assim consegui dar sentido a minha vida.

Acha que uma data nacional levará à reflexão?

Não precisa ser feriado. Mas um dia para para as pessoas repensarem os conflitos. Que o perdão fique comum na vida das pessoas. Não tem o dia dos namorados? O ódio corroi, faz adoecer. O ódio estimula a violência. Uma criança que comete crimes na rua sofreu violência dentro de casa, testemunhou brigas familiares, foi vítima e vai para a rua com esse sentimento.

É possível perdoar um político corrupto?

O perdão é uma coisa. A justiça é outra. A justiça tem que prevalecer. Um político tem que cumprir a lei. Se houve corrupção, tem que ter punição. Mas sem vingança, com justiça.

Por que 30 de agosto se tornar o dia de abrir o coração?

Foi o dia em que Ives partiu para o campo espiritual. Eu e meu marido estivemos frente a frente com os assassinos do meu filho e perdoamos. Mas eles cumpriram a pena e defendemos a punição na Justiça. Sem vingança.

Fonte: Blog Eixo Capital – 20/03/2015

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