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Famílias de pacientes de home care devem estar atentas ao coronavírus

Equipe relata caso de moradora de Brasília de 76 anos. Com insuficiência renal crônica, cardiopatia, hipertensão e diabetes, ela pegou do marido. Ambos estão curados

Um grande desafio para todo o planeta, a pandemia do novo coronavírus tem mudado os hábitos da sociedade e exigido que o homem pratique algo básico à preservação da vida: a adaptação. Nesse contexto, é fundamental que pessoas que convivem com pacientes de home care tenham cuidado redobrado no que diz respeito à transmissão do vírus.

Apesar de não sair de casa, uma idosa de 76 anos, moradora de Brasília, paciente de home care, foi infectada pelo novo coronavírus. Ela contraiu a doença do marido, também idoso, que não sabe em que circunstância foi contaminado. Felizmente, ambos já se curaram.

O quadro clínico da mulher não era nem um pouco favorável à recuperação, tendo em vista a variedade de comorbidades que ela acumula, como insuficiência renal crônica, cardiopatia, hipertensão e diabetes.

“Ela começou com sintomas de gripe. Como ela recebe visitas médicas constantes, foi detectado um quadro de pneumonia”, relata a enfermeira Rúbia Mateus Pereira, coordenadora de assistência da Viventi Home Care, empresa atuante em Brasília e que presta cuidados à idosa. “Ela fez o exame, que deu positivo. Como precaução a um quadro de pânico, optamos por não comunicar a ela no primeiro momento”, relata Rúbia.

O diagnóstico da Covid-19 veio no dia 9 de março, e a recuperação da paciente levou cerca de um mês. “Tudo estava contra. Tínhamos especial preocupação com as condições dos rins dela. Mas, com o tratamento precoce e a atenção constante de toda a equipe, graças a Deus tudo deu certo”, comemora Rúbia.

Assim como as pessoas, as empresas dos variados setores também têm se adaptado. Desta forma, prevendo a possibilidade de contágio doméstico, a Viventi já havia designado um comitê com protocolo próprio para o quadro de Covid-19. “Todos os procedimentos previamente definidos foram ministrados, tanto no que diz respeito aos medicamentos quanto às práticas aplicadas. Assim, a paciente deixou o oxigênio e teve melhoras em todos os quadros, inclusive na fisioterapia”, relata Rúbia.

Para a segurança da paciente e dos seus familiares, durante o tratamento ela permaneceu em isolamento total. Nesse período, o único contato que manteve foi com os membros da equipe multidisciplinar, como médicos, enfermeiros e fisioterapeutas. E todos os profissionais utilizaram os equipamentos de proteção individual (EPI), como luvas, máscaras, face shield, entre outros. Nenhum profissional foi infectado durante a jornada. Também foi solicitado ao marido que buscasse atendimento médico.

Um novo teste, realizado no dia 11 de abril, deu resultado negativo. E, no dia 8 de maio, foi feito um último exame, que reafirmou o parecer anterior, sem a presença da Covid-19. “Comemoramos muito a recuperação da nossa paciente”, conclui Rúbia Pereira.

Sobre o home care

O atendimento domiciliar, home care, é atípico em relação ao hospitalar. Embora o paciente conte com o conforto de estar ao lado da família, existe maior contato com agentes externos. Dessa forma, a exposição é maior do que no atendimento hospitalar.

Profissionais e familiares devem manter máxima atenção. “Recomendamos todos os cuidados e redução de visitas na casa. E essa orientação é válida para todos. É um atendimento que envolve a família, e não apenas o paciente”, enfatiza Rúbia.

“Em tempos de Covid-19, a higiene deve ser redobrada antes de ter contato com o paciente. Mas o ideal aos familiares é sair menos de casa. Ou, preferencialmente, não sair”, finaliza a coordenadora Rúbia Mateus Pereira.

Por Ivana Antunes
Da redação do Gama Cidadão

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