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GDF atrasa nomeação de concursados, enquanto secretarias sofrem com falta de servidores

Três pastas com déficit de pessoal são responsáveis diretas pela população atendida pela assistência social do DF

Com falta de servidores para o atendimento nas secretarias que atuam diretamente no serviço público de assistência social, a de Desenvolvimento Social (Sedes), a de Justiça (Sejus) e a Secretaria da Mulher, o Governo do Distrito Federal (GDF) negligencia a nomeação de 1.100 servidores aprovados em concurso público. Esses concursados seriam distribuídos para trabalhar nessas três pastas. O certame já teve todas as suas etapas concluídas e os nomes dos aprovados foram divulgados no Diário Oficial do DF.

Para o Sindicato dos Servidores da Assistência Social e Cultural do GDF, as nomeações, apesar de não resolverem completamente o problema da falta de servidores, aliviaria o déficit de pessoal para o atendimento na assistência social. “As secretarias, principalmente, a Sedes, têm muitos cargos vagos e muita necessidade de pessoal para trabalhar. Na assistência social, atuamos com 10% da quantidade de servidores necessária para atender à população, já que a quantidade de assistidos só cresce por conta da crise causada pela pandemia de Covid-19”, avalia o presidente do sindicato, Clayton Avelar.

A entidade foi informada pela Secretaria de Economia que existem 4.171 cargos vagos no serviço de assistência social do DF. A situação tem como agravante o cenário social desencadeado pela pandemia. Quando o atendimento presencial for normalizado, não haverá servidores para a demanda.  Além disso, a população em situação de rua tem aumentado, assim como a quantidade de famílias em vulnerabilidade social devido ao crescimento do desemprego. Em janeiro, o Sindsasc teme pela demanda da renovação do Cad Único, que dá acesso a programas sociais, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), trabalho realizado por agentes sociais que estão em número insuficiente na estrutura do GDF.

Atualmente, segundo o sindicato, devido às restrições causadas pela pandemia, menos de 500 servidores estão em atividade na assistência social. “Tivemos acesso a um documento da Secretaria da Mulher, que aborda a necessidade de se nomear 299 servidores para que a secretaria possa funcionar de maneira mais eficiente. Já a Sedes tem uma necessidade de 10 vezes esse número”, conclui o presidente do Sindsasc.

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Israel Carvalho

Israel Carvalho é jornalista nº. DRT 10370/DF e editor chefe do portal Gama Cidadão.

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